A inteligência artificial
e a sua utilização na identificação e acompanhamento de clientes
A inteligência artificial e a sua utilização na identificação e acompanhamento de clientes
A par das novas competências que o private banker tem de adquirir para satisfazer as necessidades do novo investidor, surge também o tema da inteligência artificial, que tem ganho cada vez mais protagonismo no mundo dos investimentos. Um dos principais temas em debate foi a sua utilização para o acompanhamento e conhecimento de clientes.
“Estas novas tecnologias fazem com que o private banker consiga entender a linguagem cada vez mais sofisticada das novas gerações”, relata Bruno Minoya Perez. Apesar de considerar que a inteligência artificial não substitui a relação humana, o diretor de Banca Privada do Banco Carregosa afirma que é “uma ferramenta de apoio que tem de ser desenvolvida e que deve estar integrada nas soluções de private banking”.
Acompanhamento dos clientes é cada vez mais importante
Estas ferramentas vão, desta forma, ajudar o private banker do futuro “tanto na parte de performance, como na parte relacional”, complementa Ana Nobre, diretora de Banca Privada do ABANCA. Segundo a profissional, as informações imputadas pelos gestores e as recolhidas por parte das Equipas de Customer intelligence do próprio banco vão ser cada vez completas e disponibilizadas em ferramentas de apoio ao quotidiano dos gestores. “Já ninguém inventa a roda. A roda já está inventada, nós vamos diferenciar-nos uns dos outros na forma eficiente como pusermos a girar”, acrescenta.
“É o acompanhamento que valoriza”, concorda Bruno Minoya Perez, “e, portanto, se nós tivermos a inteligência artificial a trabalhar para nós como um apoio da nossa atividade, teremos mais tempo para dedicar ao cliente e acompanhar a relação”.
A IA pode ajudar na identificação de fraudes
Contudo, Pedro Lobo, diretor de Private Banking do Bankinter Portugal, considera que “dentro do agregado da indústria bancária, provavelmente no private wealth management é onde a IA terá menos impacto”. Além disso, considera que a inteligência artificial vai ajudar a indústria a ser mais assertiva: “Vai-nos dizer onde devemos investir, por onde devemos passar. E acho que temos muito a ganhar com isso”, afiança.
De igual modo, António Luna Vaz, diretor-executivo do Private e Wealth do BPI, considera que a inteligência artificial também vai ter um papel “muito importante” na identificação de novos clientes que chama “hidden private banking clients” que já estão no setor bancário ou em indústrias relacionadas, ajudando também na parte da identificação dos jovens herdeiros. “No wealth management”, afirma o profissional, “adicionalmente será uma excelente arma para tornar os CRM mais robustos ao nível de perceber melhor, de ver e identificar comportamentos atuais e expectáveis dos clientes”.
Por outro lado, na sua opinião, há ainda outro tema que a IA pode ajudar a resolver: as fraudes. “Atualmente, o tema de fraudes na indústria ainda está muito presente”, afirma. Não só ao nível de transferências, mas também de se fazerem passar pelos clientes. “Penso que há pouca noção – eu próprio tive consciência há pouco tempo – da quantidade enorme de ataques informáticos diários que existem aos sistemas dos bancos”.